Mercado Aberto
Posted by Beatriz Diniz em 4 maio, 2008
Fed deve cortar juro em 0,25 ponto e encerrar ciclo de baixa, diz LCA
Publicado originalmente na Folha
O Fed (banco central dos EUA) deve anunciar hoje um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, para 2% ao ano, e encerrar o ciclo de reduções, de acordo com relatório da consultoria LCA. “Os juros norte-americanos já estão muito baixos e reduzi-los ainda mais teria eficácia limitada”, diz Luís Suzigan, economista da LCA . Daqui por diante, diz a consultoria, o governo norte americano irá preferir intensificar o uso de linhas emergenciais de crédito para fornecer liquidez ao mercado.
Suzigan afirma que as linhas emergenciais vão direto na raiz do problema, que é a restrição de liquidez. “As instituições financeiras estão cobrando muito caro para emprestar recursos, com medo de ficarem descobertas. A liquidez está restrita porque está todo mundo segurando os recursos.”
De acordo com a LCA, as cotações de juros nos mercados futuros se alinharam a essa expectativa, pois há indícios de que a intensidade da recessão americana é branda. Até meados de março, a expectativa do mercado futuro para o final deste ano era de juros entre 1,25% e 1,5% ao ano.
A previsão está entre 2% e 2,25% ao ano. Em relação ao crescimento da economia dos EUA no primeiro trimestre, que será divulgado hoje, a consultoria prevê um crescimento de 0,3%, em termos anualizados no PIB do período, na comparação com o quarto trimestre de 2007. “A depender da variação dos estoques privados, o resultado poderá ser mais positivo, surpreendendo os mercados”, diz a LCA. A consultoria diz que foi registrado um aumento considerável nos estoques no primeiro trimestre e que o PIB pode superar as previsões.
De acordo com a LCA, a prova de que os EUA enfrentam uma crise de intensidade moderada deve ser o resultado da sondagem industrial de abril, que será anunciada amanhã. O levantamento mostra se a expectativa é a de crescimento ou de retração da atividade.
Já os dados do mercado de trabalho nos EUA, que serão conhecidos na sexta-feira, devem mostrar uma queda menos severa no nível de emprego do que a estimativa dos mercados, segundo a consultoria. A expectativa é a de que tenham sido eliminados cerca de 50 mil empregos em abril, resultado inferior ao de março, quando houve corte de 80 mil postos.
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