Publicado em Conjuntura

Estamos crescendo demais? Os cansados agora estão com medo de crescer

PAULO NOGUEIRA BATISTA JR.

A aceleração não é excepcional. O país se recupera de longo período de
crescimento quase sempre medíocre

O NOSSO “complexo de vira-lata” tem múltiplas facetas. Uma delas, adquirida
nos últimos 20 anos, é o medo de crescer. Sempre que a economia brasileira
mostra um pouco de vigor, ergue-se, sinistro, um coro de vozes falando em
“excesso de demanda”, “retorno da inflação” e pedindo medidas de contenção.
O IBGE divulgou ontem as Contas Nacionais do segundo trimestre de 2007. Não
há dúvida de que a economia está pegando um certo ritmo. O crescimento foi
significativo, embora tenha ficado um pouco abaixo do esperado. O PIB
cresceu 5,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado. A expansão do
primeiro semestre foi de 4,9% em comparação com igual período de 2006.
O crescimento está baseado fundamentalmente na demanda interna, e o
destaque foi a expansão do investimento fixo: 13,8% em relação ao segundo trimestre
de 2006. O setor mais dinâmico foi a indústria, que cresceu 6,8%. A
agropecuária praticamente não cresceu, mas o setor de serviços registrou
aumento de 4,8%.
A turma da bufunfa não pode se queixar. Entre os subsetores do setor
serviços, o segmento que está “bombando” é o de intermediação financeira e
seguros -crescimento de 9,6%. O Brasil continua sendo o paraíso dos bancos
e demais instituições financeiras.
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